Depois de um período de ausência de postagens, aqui estamos de volta.
O Música faz História de hoje vai falar da relação de Ludwig van Beethoven com as mulheres que cruzaram seus caminhos através das diversas fases de sua vida.
O retrato de um compositor miserável, arrogante e incompreendido que tanto se propaga não da espaço aparente ao lado do exagêro romântico e de quanto a solidão o assustava.
Talvez a primeira mulher a abalar o coração do músico foi a cantora Magdalena Willman (?-?). Era um amor não correspondido, pois rejeita o pedido de casamento com a desculpa afirmando '' porque ele era feio demais e meio louco.'' Desde então, Beethoven vira um assediador de mulheres.
A segunda é Giulietta Guicciardi (1784 - 1856), a quem ele dedicou a sua Sonata op. 27, foi sua aluna entre 1801 - 1803, se tornou uma fonte inspiradora para o compositor.
Talvez a mais importante na vida do compositor foi Josefina von Brunswick (1779-1821), a quem foi dedicada as sonatas op. 31. Quando ele a conheceu ela era esposa do conde von Deyn, de quem fica viúva em 1804. Mas em 1810 ela se casa novamente com o barão von Stackelberg, sendo que o casamento durou apenas 2 anos, até a morte do marido. O amor entre Josefina e Ludwig é secreto, por assim apenas descoberto pelas cartas que a irmã de Josefina, Teresa Von Brunswick, guardava.
Teve uma breve amizade com Teresa Von Brunswick, dedicando a Sonata op. 78.
O maior número de dedicatórias de obras do compositor, Trios op.70 e a Sonata para violoncelo e piano op.102 nº2, é para Maria Von Erdödy (1779-1837). Beethoven viveu em sua casa durante 1808 e 1809, até ela partir pra Itália e o contato ser perdido.
Outro amor foi pela jovem Theresa Malfatti (1792-1856), a conhecendo quando ela tinha apenas 17 anos. O amor desesperado pela garota é totalmente arruinado pela recusa da família quando o pedido de casamento é feito. Hoffnung, Sehnsucht e o ciclo An die ferne Geliebte são frutos da inspiração por Theresa.
Um dos últimos relacionamentos de Beethoven é em sua pior fase, caminhando para a total surdez. Bettina Brentano (1785-1759), cujo era poetisa e amiga de Goethe, foi uma amizade muito próxima que se transformou em amor, mas como nos anteriores o casamento não se concretizou.
A última aventura amorasa dele foi passageira, com Amalia Sebald (1786-?), uma cantora de Berlim.
Meine Unsterblich Geliebte
Meine Unsterblich Geliebte é o título em alemão de '' Minha amada imortal. '', cartas escritas pelo compositor a um grande amor secreto, apenas sendo descoberto esse documento após a morte do músico, junto do Testamento de Heiligenstadt.
De acordo com alguns trabalhos, como de Massin, dão nome a até então desconhecida personagem presente na carta de Beethoven. Apontam para Josefina von Brunswick, seu amor mantido em segredo, por causa de seu casamento com o barão von Stackelberg.
Esta é a tradução da carta original em alemão :
Manhã de 6 de julho [de 1812]
Meu anjo, meu tudo, meu ser. Apenas algumas palavras hoje, à
lápis (o seu). Até amanhã, a minha morada estará definida. Que desperdício de
tempo. Por que [sinto] esta tristeza profunda quando a necessidade fala? Pode o
nosso amor resistir ao sacrifício, em não exigir a totalidade um do outro? Pode
mudar o fato de que você não é toda minha nem sou todo seu? Oh, Deus! Olhe para
a beleza da natureza e conforte o seu coração com o que deve ser. O amor exige
tudo e com razão. Assim, eu estou em você e você em mim. Mas você se esquece
facilmente que preciso viver para mim e para você. Se estivéssemos
completamente unidos, você sentiria esta dor tão próxima quanto eu sinto.
A minha viagem foi terrível; só cheguei ontem às 4 horas da
manhã, uma vez que na falta de cavalos, o cocheiro escolheu um outro caminho,
mas que caminho terrível. Na penúltima parada fui avisado para não viajar à
noite, fiquei com medo da floresta, e isso só me deixou mais ansioso – e eu
estava errado. O cocheiro precisou parar na estrada infeliz, uma estrada
imprestável e barrenta. Se estivesse sem os apetrechos que levo comigo teria
ficado preso na estrada. Esterhazy, percorrendo este caminho habitual, teve o
mesmo destino com oito cavalos que eu tive com quatro.
Senti algum prazer nisso, como sempre sinto quando supero
com sucesso as dificuldades. Agora uma rápida mudança das coisas externas para
as internas. Provavelmente nos veremos em breve, mas hoje não posso
compartilhar contigo os pensamentos que tive durante estes poucos dias dias
sobre a minha vida. Se os nossos corações estivessem sempre juntos, eu não
teria nenhum deles. O meu coração está repleto de coisas que gostaria de
dizer-te. Ah. Há momentos que sinto esse discurso não ser nada. Alegre-se. Você
permanece [sendo] a minha verdade, o meu tesouro, o meu tudo como eu sou o teu.
Os deuses devem nos mandar o restante, aquilo que deve ser para nós e será.
Seu fiel Ludwig.
Segunda, noite de 6 de julho [de 1812]
Você está sofrendo, minha querida criatura. Só agora percebi
que as cartas precisam ser enviadas nas segundas ou quintas de manhã bem cedo.
Os únicos dias em que o correio vai daqui para K [arlsbad ?]. Você está
sofrendo. Ah, não importa onde eu estou, você está lá. Eu arrumarei isso entre
eu e você para que possa viver contigo. Que vida!!! Assim!!! Sem você,
perseguido pela bondade humana, o que pouco quero merecer é o que mereço. A
humildade do homem diante do homem me machuca. E quando me considero em relação
ao universo, o que eu sou e o que é Ele, a quem chamamos de maior, ainda assim,
nisto reside a divindade do homem.
Choro ao pensar que provavelmente não receberá a minha
primeira carta antes de sábado. Por mais que você me ame, eu te amo mais. Mas nunca
se oculte de mim. Boa noite. Devo ir dormir. Oh, Deus! Tão perto! Tão longe!
Não é o nosso verdadeiro amor uma construção celestial, mesmo assim é firme
como as colunas do céu?
Bom dia, em 7 de julho [de 1812]
Embora ainda esteja na cama, os meus pensamentos vão até
você, minha Amada Imortal, agora felizes, depois tristes, esperando para saber
se o destino nos ouvirá ou não. Eu só posso viver completo contigo ou não
viver. Sim, estou decidido a vaguear assim por muito tempo longe de você até
que possa voar para os seus braços e dizer que estou em casa, e poder enviar a
minha alma envolta em você ao reino dos espíritos. Sim, isto deve ser tão
infeliz. Você será mais contida quando souber da minha fidelidade à você. Outra
jamais poderá ter o meu coração, nunca, nunca, Oh, Deus! Por que um precisa
estar separado do outro quando se ama. E, no entanto, a minha vida em V[iena] é
agora uma vida miserável.
O teu amor me faz ao mesmo tempo o mais feliz e infeliz dos
homens. Na minha idade eu preciso de estabilidade, de uma vida tranquila. Pode
ser assim na nossa relação? Meu anjo, acabo de ser informado que o carteiro sai
todos os dias. Por isso devo terminar logo para que você possa receber a carta
logo. Fique tranquila, somente através da consideração tranquila de nossa
existência podemos atingir o objetivo de vivermos juntos. Fique tranquila, me
ame, hoje, ontem, desejos sofridos por você, você, você, minha vida, meu tudo,
adeus. Oh, continue a me amar, jamais duvide do coração fiel de seu amado.
Sempre teu
Sempre minha
Sempre nosso.
Josefina von Brunswick, 1804.
Fonte:
Roland de Candé: História Universal da Música.
Djalma de Campos, 23/01/2015.