O música faz história de hoje está em pleno carnaval, então não podemos deixar de citar a maestrina brasileira Chiquinha Gonzaga, pianista e compositora de música popular brasileira, a qual compôs uma das marchinhas mais conhecidas dos desfiles de carnaval, Ó abre alas que data de 1899, transformando assim muita coisa no nosso país, misturando ritmos europeus e africanos para criar uma música que cativasse todos que ouvissem, e ao mesmo tempo se colocava na linha de frente para abrir independência da mulher do século XX.
Chiquinha nasceu em 1847, filha de Rosa Maria Neves Lima uma negra, com José Basileu Gonzaga, general do exército. Apesar de todos serem contra, José assumiu a filha cujo teve uma educação na aristocracia, e como toda família aristocrata ela passou a ter aulas de música com um dos melhores professores da época, o Maestro Lobo. Desde cedo teve contato com as músicas e manifestações africanas que via acontecer pela cidade, como rodas de lundu e ritmos africanos, sendo que via nisso uma forte identificação com a sua vida.

A identificação com polcas e quadrilhas de músicas de salão da Europa, foram bastante estudadas em seu repertório, nisso ela conseguiu fazer uma mistura desses ritmos europeus com a música africana, compondo o seu primeiro grande sucesso, Atraente em 1877, chocando a sociedade da época por toda sua independência enquanto mulher, até mesmo o ato de não usar chapéu, era visto como um ato digno de repúdio pela sociedade, e ela se opunha usando apenas um lenço. Mas quando ela musicou a opereta A corte da roça, ela virou uma identidade nacional sendo apoiado por muitos admiradores e pessoas que se identificavam com ela.
Desde então Chiquinha era bastante requisitada para musicar peças teatrais, e pouco tempo depois com a sua segunda peça A filha do Guedes cujo ela mesma regeu, uma coisa inusitada tinha acabado de acontecer, a imprensa não sabia como chamá-la, primeiro deram o nome de ''maestra'' mas não acharam certo o termo, então inventaram uma nova palavra , maestrina, se tornando assim a primeira maestrina brasileira.
Poucos sabem que ela esteve em uma forte onda de ajuda na libertação dos escravos, sendo que um pouco do dinheiro que conseguia com a venda de partituras e tocando, ela destinava ao fundo responsável pela compra de alforrias para escravos.
Após a libertação em 1888, ela passa a destinar suas manifestações a uma nova causa, a república, cujo não demorou muito tempo para que isso acontecesse. E ganhou o título Alma Cantante do Brasil, em 1894.
Aos 52 anos ela encontra o seu último marido, um português de 16 anos chamado João Batista Fernandes Lajes, mais um choque de críticas em sua vida, por isso para muitos ela o apresentava como seu filho. No mesmo ano, no carnaval de 1899 ela encantada com os desfiles da Rosa de Ouro, se senta ao piano e compõe a primeira e mais conhecida marcha carnavalesca, Ó abre alas, sendo sucesso imediato, marcando muito fortemente os carnavais da primeira década do século, e em consideração foi homenageado por algumas escolas.
Em 1914 a primeira dama, Nair de Tefé, começou a reclamar que no Palácio do Catete não se tocava música brasileira, assim o professor de musica a ensinou um tango ao violão composto por Chiquinha, intitulado O Corta Jaca.

na Europa com outros títulos e que não citavam o seu nome.
Cerca de 18 anos se passaram e as suas criações continuaram de uma forma excelente e muito adorada por todos que ouviam, porém em 28 de fevereiro de 1935 ela morre em pleno carnaval, deixando mais de 2 mil composições musicais e 77 peças teatrais, e muito mais alem, ela deixou todo o seu amor pela música escrito na pauta musical, e a mensagens de independência e de total capacidade da mulher que aí estava por vir.
Atraente : https://www.youtube.com/watch?v=_6ameIYuCwY
Lua Branca : https://www.youtube.com/watch?v=SdpQi4ceHYA
Ó abre alas : https://www.youtube.com/watch?v=7eCrMNfIvfE
Djalma de Campos, 02/03/2014.
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