quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Do interior do Ceará para o mundo, maestro Eleazar de Carvalho.

Olá, tudo bem ?
O música faz história de hoje vai falar um pouco mais desse brasileiro que conquistou público e o respeito de grandes músicos tanto no Brasil quanto nas maiores orquestras do mundo, sendo responsável por uma música mais digna de uma democracia, músicas que passaram a ter o contato com um grande número de pessoas, tudo isso em uma época que esse ato era impossível para muitos e um sonho muito distante para tantos outros. Foi um ícone como mestre, cultivando inúmeros alunos e dando aulas em grandes universidades como Yale, aonde teve uma carreira sólida que ajudou na divulgação da música de compositores brasileiros pelo mundo.
Nascido no interior do Ceará em Iguatu em 28 de julho de 1912, filho de um militar e uma dona de casa, teve uma infância difícil e de muito trabalho,  por aprontar muito seu pai o colocou na escola da Marinha do Brasil em Fortaleza, onde lá teve contato com a banda sinfônica  que logo entrou para tocar tuba,  por ter um bom desempenho, foi transferido para o Rio de Janeiro, aonde passou a tocar na banda dos Fuzileiros Navais, junto com solfejo e harmonia evoluiu rápido musicalmente, onde em 1929 foi aprovado para tocar na Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, juntou dinheiro trabalhando entre os músicos durante um tempo e depois saiu para ingressar e se dedicar completamente ao curso de regência na Escola de Música do Rio de Janeiro, onde em 1939 saiu de sua cadeira de tubista e foi para frente da orquestra reger ' O descobrimento do Brasil ' obra de sua própria autoria.
Com a vinda ao Brasil pela Orquestra da NBC, regida pelo Toscanini, o motivou na criação da OSB ( Oquestra Sinfonica Brasileira ) onde colocou sobe a direção da batuta o maestro húngaro Szenkar. Poucos anos após foi para o EUA com a vontade de reger uma grande orquestra, porém chegando por lá a realidade era outra, onde foi muito difícil convencer algum maestro que ele realmente era capaz disso, mas ele sabia do que era capaz e acreditava em seus sonhos, após várias críticas e negações ele conseguiu contato com o regente Sergey Koussevitzky ( foi aluno do próprio Tchaikovsky ) onde pediu 5 minutos da sua atenção para mostrar tudo que sabia sobre música, e que se caso não conseguisse mostrar seu conhecimento iria voltar para o Brasil e daqui nunca mais sair, com uma demonstração aprovada pelo regente, o aceitou como aluno junto de Leonard Berinstein em 1947, que teve a oportunidade de reger pela primeira vez a Orquestra Sinfônica de Boston que abriu oportunidades para convites de ir como convidado nas orquestras de Chicado, New York, e depois na Filadélfia.
Conseguiu vagas como professor definitivo na Juilliard School Of Music e na Yale University, aonde lecionou aulas de matérias teóricas e regência orquestral, cujo possibilitou contato com grandes mestres e até com o próprio Stravinsky. Quando começou a ir até a Europa, percorrendo quase todos os países regendo, e passando até por Israel, ganhando muitos títulos pelo seu trabalho, e em homenagem ao Brasil no repertório feito no exterior sempre incluiu peças de compositores brasileiros, sendo que os mais tocados eram Villa Lobos e Carlos Gomes.
Em 1973 voltando no Brasil, reorganizou a OSESP ( Orquestra Sinfonica do Estado de São Paulo ) onde batalhou muito em um tempo sem patrocínio e sem apoio para que ela conseguisse chegar a padrões de grandes orquestras internacionais e ajudou no Festival de Campos do Jordão onde era um festival pequeno e restrito a políticos, ele teve a ideia de inovar, e trazer um modelo que consistia em 1 mês de aulas com grandes músicos e apresentações onde os músicos que ali estavam participando poderiam aperfeiçoar a sua arte, modelo o qual foi aprendido fora do país, e isso serviu de exemplo para criação de inúmeros outros festivais pelo Brasil.
Muito doente teve forças para reger o ultimo concerto na atual Sala São Paulo aonde todos sabiam que ali iria ser a sua despedida e quando em 12 de setembro de 1996 veio a falecer com 84 anos o grande homem, Eleazar de Carvalho.
Com muitos anos de luta, conseguiu um grande passo para a música tanto na questão como educador, que sempre brigou por mais orquestras de qualidade no Brasil e um maior número de escolas de música e conservatórios, para que pudessem formar bons músicos e que atuassem como referências nacionais e internacionais, quanto como músico e divulgador da música brasileira no Brasil e no mundo, levando o desconhecido para dentro das maiores e melhores salas de concerto, para os mais diversos públicos, onde fez com que muita gente após isso sempre aumentasse a sua bagagem cultural, ajudando assim a construir a personalidade e intelectualidade, que julgava tão essencial para um Brasil melhor.


Ensaio com o Maestro Eleazar de Carvalho : http://www.youtube.com/watch?v=LSSn2xuKZh8
                                                                                     











Djalma de Campos 27/11/2013       




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