Olá, tudo bem ?
O música faz história de hoje irá voltar 150 anos no tempo
para relembrar um dos maiores compositores brasileiros, Ernesto Nazareth.
Ernesto Júlio de Nazareth nascido no Rio de Janeiro em 20 de
março de 1863, teve apresentado o piano logo quando muito jovem pela sua mãe
que ministrou aulas e noções sobre o instrumento. Aos 14 anos compôs sua
primeira música, a polca-lundu "Você bem sabe", editada, no ano
seguinte, pela famosa Casa Arthur Napoleão. Sendo que em 1880 fez sua primeira
apresentação pública, aos 17 anos de idade no Club Mozart, mas apenas em 1893
alcançou sucesso nacional e internacional com o tango ' Brejeiro' sendo
publicado em Paris e no EUA.
Intérprete constante de suas próprias composições, Nazareth
apresentava-se como pianista em salas de cinema, bailes, reuniões e cerimônias
sociais. De 1909 a 1913, e de 1917 a 1918, trabalhou na sala de espera do
antigo Cinema Odeon (anterior ao prédio moderno da Cinelândia), onde muitas
celebridades iam até lá apenas para ficar admirando toda a beleza musical que
ele executava, sendo que foi em homenagem a sala de exibição que batizou sua
composição mais famosa o tango ' Odeon '.
Em 1926, Nazareth embarcou para uma turnê no estado de São
Paulo, que foi planejada inicialmente para durar 3 meses, mas acabou se
prolongando por 11 meses, com concertos na Capital, Campinas, Sorocaba e Tatuí.
Tinha então 63 anos, e foi a primeira vez que saiu do estado do Rio de Janeiro.
Foi homenageado pela Cultura Artística de São Paulo e tocou no Conservatório
Dramático e Musical de Campinas. Apresentou-se no Teatro Municipal de São
Paulo, sendo precedido por uma conferência do escritor e musicólogo Mário de
Andrade, sobre sua obra, na qual afirmou: "Por todos esses caracteres e
excelências, a riqueza rítmica, a falta de vocalidade, a celularidade, o
pianístico muito feita de execução difícil, a obra de Ernesto Nazaré se
distancia da produção geral congênere. É mais artística do que a gente imagina
pelo destino que teve, e deveria estar no repertório dos nossos recitalistas.
Posso lhes garantir que não estou fazendo nenhuma afirmativa sentimental não. É
a convicção desassombrada de quem desde muito observa a obra dele. Se alguma vez
a prolixidade encomprida certos tangos, muitas das composições deste mestre de
dança brasileira são criações magistrais, em que a força conceptica, a boniteza
da invenção melódica, a qualidade expressiva, estão dignificadas por uma
perfeição de forma e equilíbrio surpreendentes". Em 1927, Nazareth
retornou ao Rio de Janeiro.
Em 1930, concluiu sua
última composição, a valsa "Resignação". No mesmo ano, gravou ao
piano a polca "Apanhei-te, cavaquinho" e os tangos brasileiros
"Escovado", "Turuna" e "Nenê" de sua autoria. Em
1932, apresentou um recital só com músicas de sua autoria em um concerto
precedido por uma conferência de Gastão Penalva. Neste mesmo ano realizou uma
turnê pelo sul do país. Ainda em 1932 seus problemas de audição se agravaram,
problemas os quais decorriam de um trauma sofrido na infância quando caiu de
uma árvore e bateu a cabeça o trazendo com o tempo um grande transtorno pela
falta de audição que só aumentava. Tocando com os ouvidos grudados no teclado
do piano ele ficava nervoso por não conseguir ouvir direito o que estava
executando, junto disso começaram a acompanhar crises de choro. Com o tempo
descobriram que as alterações de humor e choros constantes eram porque estava
agravado pela sífilis que atingiu seu sistema nervoso, sendo internado em um
hospício onde terminou seus dias, deixando 211 peças completas para piano.
Ernesto não pode ser considerado um compositor totalmente
erudito mas também nem um compositor totalmente popular, ele conseguia utilizar
os melhores recursos dos dois modos de composição sendo que em qualquer campo
de análise ele é magistral. Suas composições que requerem um bom nível técnico
para execução, contemplam como progressivas do choro e do tango
brasileiro, sendo o compositor mais
executado dentro e fora do país depois de Heitor Villa Lobos, Villa o qual
dedicou a sua música ' Choro nº 1' para Ernesto. Ele foi muito importante na
maneira que fixou o nacionalismo a
partir daí deixando claro a necessidade de relacionar um título para música
nacional, aproveitando folclores e ritmos brasileiros.
No século XIX os nomes mais comentados eram Chiquinha
Gonzaga e Ernesto Nazareth, realmente dois músicos excelentes, mas a distinção
dele para Chiquinha se dava na sua erudição cujo criou a possibilidades de mais
incrementações musicais.
Infelizmente ele e muitos outros compositores brasileiros esquecidos em seu próprio país.
Ernesto Nazareth - Odeon Infelizmente ele e muitos outros compositores brasileiros esquecidos em seu próprio país.
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